Venda da Copel é formalizada pelo Governo do Paraná
Venda da Copel é formalizada pelo Governo do Paraná
A venda da Copel, maior empresa paranaense, foi formalizada pelo Governo do Paraná nesta segunda-feira (14). A cerimônia protocolar ocorreu na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, com presença do governador Ratinho Junior (PSD).
A partir de agora, com a oferta de ações, a Companhia passa a ser gerida no formato de corporação. Apesar de não ser mais o controlador da empresa, o processo de privatização da Copel reservou ao Governo do Paraná ações classificadas como “golden share”, que dão direito a veto em assuntos sensíveis.
A abertura da oferta pública de ações, semana passada, superou as expectativas do mercado e movimentou R$ 5,2 bilhões, incluindo a venda de um lote suplementar de ações.
“Esse é um dia muito importante para os mais de 11 milhões de paranaenses. A Copel passa a ter uma modernização e uma velocidade para acompanhar o crescimento econômico do Estado do Paraná, mas acima de tudo, o planejamento que temos é para que a empresa esteja entre as três maiores empresas do Brasil. Queremos ir além das fronteiras paranaenses”, afirmou Ratinho Junior.
A Copel é a maior empresa do Paraná, e distribui energia elétrica a mais de cinco milhões de clientes, por meio de 10 mil km de linhas de transmissão e um
parque gerador de 7 gigawatts (GW).
Venda das ações da Copel gera muita polêmica
O projeto de lei do Executivo que previa a venda da Copel foi aprovado no fim do ano passado na Assembleia Legislativa do Paraná – a toque de caixa e com muita polêmica. Na oportunidade, a discussão em segundo e terceiro turno entre os parlamentares em plenário foi tumultuada e calorosa, e com protestos de manifestantes que ocuparam as galerias da Alep.
O texto do Governo do Paraná estabeleceu a transformação da companhia em uma empresa de capital disperso e sem acionista controlador. O Executivo paranaense, acionista controlador da empresa, permaneceria com participação de pelo menos 15% do capital social total da elétrica.
A Frente Parlamentar das Estatais e das Empresas Públicas grupo foi criado na Alep pelos deputados da bancada de oposição, acompanhou de perto todo o trâmite da privatização da Copel. As lideranças chegaram a promover manifestações populares contra a venda da empresa.
Na última segunda-feira (7), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Mauricio Requião, suspendeu temporariamente o processo de venda das ações. Poucas horas depois, entretanto, o presidente do TCE-PR, Fernando Guimarães, derrubou a decisão liminar.
Após a confirmação do processo de desestatização da Copel, o deputado estadual Requião Filho (PT) subiu o tom e cobrou um posicionamento do Governo Federal sobre a venda das ações da Copel.
“Está na hora de cobrar o Governo Federal, da bancada federal, nos ministros, uma posição firme e uma fala contra a privatização da Copel. Sou líder da oposição ao governo Ratinho (sic) porque acho abominável a entrega de empresas públicas à iniciativa privada, acho absurdo o que faz com a educação. Mas como posso ser oposição se o Governo Federal, que ajudei a eleger e se contrapôs a todas essas bandeiras, agora se cala?”, disparou.
De acordo com o Governo do Paraná, os recursos obtidos com a venda das ações da Copel, que devem alcançar R$ 3,1 bilhões, serão investidos integralmente em um grande pacote de obras de habitação, educação, infraestrutura urbana e rodoviária e sustentabilidade. FONTE PORTAL PARANA