Soltura de balões e iluminação especial da Assembleia Legislativa reforçam ações de conscientização sobre a epilepsia
Soltura de balões e iluminação especial da Assembleia Legislativa reforçam ações de conscientização sobre a epilepsia
Balões soltos ao vento para espalhar qualquer tipo de preconceito em torno da epilepsia, informar a população sobre a doença e ainda, celebrar o Purple Day, Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia, que é em 26 de março. Este foi o objetivo do deputado Anibelli Neto (MDB), ao fazer o gesto, na tarde desta sexta-feira (25) no pátio da Assembleia Legislativa do Paraná. Ele é autor da lei 20.585/2021, que tornou o mês de março um período para reforçar ações sobre diagnóstico, sintomas, tratamentos e cuidados durante uma crise convulsiva, o Março Roxo. “Senti a necessidade de apresentar o projeto, porque existem muitos mitos ao redor da epilepsia. Eu mesmo, em 1997, depois de sofrer um acidente de trânsito, tive uma crise convulsiva, talvez em decorrência do acidente. Nem os médicos souberam explicar. Tomei uma medicação por alguns meses, mas não tinha muito conhecimento a respeito da doença”, conta o deputado.
A lei, que entrou em vigor em maio do ano passado, prevê a realização de palestras e campanhas sobre a doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo. Destas, pelo menos 3,5 milhões não têm um tratamento adequado. No Brasil, três milhões de pessoas são portadoras da doença.
Para o Anibelli Neto, “falar sobre o assunto e ter um dia para a conscientização são importantes ferramentas para a desconstrução de mitos, já que, muitas vezes a pessoa sofre mais com o preconceito do que com a própria epilepsia”.
A ação, que acontece em diversas Assembleias Legislativas, é uma parceria com a Frente Parlamentar Interestadual em Defesa dos Direitos da Pessoa com Epilepsia (FPIDP), instituída em 2016 pela UNALE (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais).
Assembleia iluminada
Até o dia 27 a Assembleia Legislativa ficará iluminada com a cor roxa. A ação, que já acontece por anos no Legislativo, também teve uma solicitação da vereadora de Curitiba, Maria Letícia Fagundes (PV), que é médica. “Vestir de roxo os endereços de Curitiba é muito mais do que proporcionar uma iluminação bonita: é colocar luz no preconceito. Quem convive com a epilepsia enfrenta mais dificuldades pelo estigma da doença do que pelo quadro clínico. E isso precisa acabar. Na semana do Purple Day, seguimos na luta para colocar a informação em todos os lugares”, escreveu a parlamentar em suas redes sociais.
A epilepsia
Conhecida pelas crises que fazem o cérebro parar de funcionar por um curto espaço de tempo (dura menos de um minuto), repetidas vezes, a qualquer momento e não provocada, a doença é chamada, de maneira errônea de “ataque”. Em alguns casos, ela também pode se manifestar de forma mais branda, como alteração na consciência por alguns segundos.
Os especialistas indicam que, em caso de uma pessoa presenciar uma crise, o ideal é ajudá-la a se proteger para que não se machuque. “Se uma pessoa percebe alguém tendo um episódio convulsivo, pode virá-lo de lado. Muita gente tenta desenrolar a língua, acha que vai fazer mal, mas isso é um mito, não é necessário, não vai causar nenhum problema”, afirmou a neurologista Ana de Souza Crippa, em entrevista à TV Assembleia.
Para ela, um mês todo voltado para as ações que tratam do tema no estado é muito importante para que as pessoas sejam orientadas e conscientizadas a respeito da epilepsia. “É importante desmistificar, mostrar que não ela não é contagiosa. Quem tem a doença é geneticamente predisposto ou possui uma lesão específica que a desencadeou. É fundamental acolher esse individuo. Os pais das crianças não devem tratá-las como impotentes, mas como indivíduos capazes para o trabalho, a escola e a família e isso trará autoestima e segurança para ela atingir a independência”, sugeriu a médica.
Purple Day
O 26 de março se transformou em Purple Day (Dia Roxo), no ano de 2008, no Canadá, inspirado no relato de uma menina, que dizia se sentir isolada por ter epilepsia. A cor roxa foi escolhida justamente por causa das flores da mesma cor e as lavandas, ligadas ao sentimento de isolamento descrito pela menina, chamada Cassidy.
Desta forma, a campanha pretendia incentivar o diálogo sobre epilepsia, em um esforço comum para reduzir os mitos e fazer com que as pessoas com a doença não se sentissem abandonadas pela sociedade e também pelas autoridades.FONTE :ALEP