Professores forçam entrada e invadem Alep em mobilização contra projeto que propõe terceirização da gestão de colégios públicos

MOBILIZAÇÃO DOS PROFESSORES DO PARANÁ NA ALEP-PR

Professores forçam entrada e invadem Alep em mobilização contra projeto que propõe terceirização da gestão de colégios públicos

Professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná forçaram a entrada e invadiram a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (3), durante uma mobilização contrária ao projeto de lei que propõe a terceirização da gestão administrativa de 200 colégios públicos.

Nas imagens, é possível observar os manifestantes entrando no prédio, que está com as portas fechadas, enquanto os seguranças tentam impedir.

Após uma porta de vidro ser quebrada, os manifestantes entraram no prédio, e foram em direção às galerias da Assembleia.

Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas e a confusão deixou três pessoas feridas.

Segundo o Corpo de Bombeiros, um homem de 24 anos e uma mulher de 23 anos tiveram ferimentos leves e foram encaminhados ao Hospital Cajuru.

Uma mulher de 51 anos teve ferimentos graves, sem risco de morte, e foi levada ao Hospital Evangélico.

De acordo com o Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Paraná, também dois policiais militares ficaram feridos, com cortes nas mãos e duas pessoas foram detidas por depredação ao patrimônio público.

Em mobilização contra projeto que terceiriza gestão de colégios públicos, professores forçam entrada na Alep — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Depois da invasão, o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem e o chamavam de ladrão.

A sessão foi retomada no fim da tarde, de maneira remota. Por 39 votos a 13, os deputados aprovaram, em 1º turno, o projeto de lei.

Manifestantes contrários ao projeto de lei que terceiriza gestão de colégios públicos no PR entram na Assembleia Legislativa — Foto: Giuliano Gomes/ PR Press

A caminhada entre a Praça Santos Andrade e a Alep abriu o primeiro dia de greve da categoria, aprovada em 25 de maio por tempo indeterminado.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) disse que as aulas estão em andamento em mais de 87% da rede estadual. Ao g1, a pasta afirmou que orienta pais e responsáveis a enviarem “os filhos às escolas normalmente para que não haja prejuízo ao andamento regular do aprendizado”.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) avalia que o projeto vai privatizar os colégios e interferir na gestão pedagógica, já que as empresas privadas trabalham por metas.

O Governo do Paraná nega, afirma que as mudanças só dizem respeito a parte administrativa e de infraestrutura, e diz que a gestão pedagógica será responsabilidade do diretor da rede estadual.

Colégios estaduais do Paraná recebem alunos no primeiro dia de greve dos professores no Paraná — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

O governador afirmou também que quem irá decidir se haverá a gestão privada em colégios públicos do Paraná serão os pais e professores por meio de uma votação democrática.

“Quem vai implantar a escola não é o governador, são os pais. Os pais que votam, junto com os professores, se querem esse modelo, de maneira democrática, assim como a gente sempre fez, ouvindo a sociedade e ouvindo quem paga a conta: o pai e a mãe”, declarou.

O projeto prevê uma consulta pública nos colégios que podem receber o modelo. O governo estadual afirma que a comunidade escolar será consultada para instalação, ou não, da iniciativa nos colégios.

Professores, servidores e estudantes fazem manifestação na Praça Santos Andrade, contra o projeto Parceiro da Escola — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

FONTE G1