Mangueira, Viradouro e Grande Rio são destaques do 1º dia do Grupo Especial do carnaval do Rio

A Mangueira desfilou em busca do bicampeonato com uma releitura crítica da vida de um Jesus Cristo nascido em uma comunidade. O carro abre-alas mostrou o presidente de honra Nelson Sargento e a cantora Alcione representando José e Maria.

O desfile teve ainda uma estátua gigante mostrando um jovem Jesus negro crucificado e referências a indígenas, mulheres e membros da comunidade LGBT.

A Grande Rio contou a história do pai de santo Joãozinho da Gomeia, mas teve problemas com dois carros, que podem diminuir as notas em quesitos como evolução e harmonia.

Um dos destaques da tricolor de Caxias foi a volta de Paolla Oliveira como rainha de bateria, fantasiada de Cleópatra, após dez anos fora.

A Viradouro fez um desfile que exaltou as mulheres negras de Salvador. O enredo “Viradouro de alma lavada” falou sobre as Ganhadeiras de Itaupã, quinta geração de lavadoras de roupa na Lagoa do Abaeté.

Na comissão de frente, a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, vestida de sereia, dava mergulhos de até um minuto em um aquário com 7 mil litros de água mineral.

A União da Ilha do Governador, da rainha de bateria Gracyanne Barbosa, mostrou a vida dura das comunidades do Rio em um desfile com estética realista. Não faltaram sinais das dificuldades: armas, ônibus lotados, pessoas vivendo nas ruas, desempregados, famintos…

O terceiro carro teve problemas para percorrer a avenida, fazendo com que a escola abrisse um “buraco” na Sapucaí. Foi um desfile apressado e com um minuto além do limite.

O Paraíso do Tuiuti contou a história de “dois Sebastiões” em seu desfile: o rei português que desapareceu no século 16, Dom Sebastião, e o santo padroeiro do Rio, São Sebastião.

A apresentadora Lívia Andrade estreou como madrinha de bateria no carnaval carioca. A comissão de frente imaginou um encontro do santo que viveu no século 3 e o monarca.

Na retorno ao Grupo Especial após quatro anos, a Estácio de Sá apostou em Rosa Magalhães, carnavalesca em busca do nono título em 50 anos de avenida. Foi uma volta após três carnavais pela escola nos anos 80.

O primeiro desfile da noite teve alas e carros sobre corpos celestes, pedras preciosas e minerais. A Campeã da Série A em 2019 também fez críticas ao processo de extração dessas riquezas.

A Portela encerrou o dia e soube se aproveitar do amanhecer com cores leves mas cheias de contraste. A escola mais vitoriosa do carnaval do Rio buscou sua 23ª vitória com um enredo sobre os tupinambás e o “paraíso” que encontraram no Rio de Janeiro antes da colonização.

O desfile apresentou o contraste entre a terra sem maldades dos índios em sua mítica Guajupiá e a selva urbana que a cidade se transformou.

FONTE: G1.COM