Investigação sobre Ronaldinho no Paraguai apura conexão com lavagem de dinheiro

A promotoria paraguaia ampliou a investigação criminal que envolve Ronaldinho Gaúcho e Assis, seu irmão. O Ministério Público solicitou várias informações de outras instituições e também apura uma possível conexão do caso com lavagem de dinheiro. O advogado do ex-jogador, Sergio Queiroz, alegou a prisão é ilegal.

investigação criminal iniciada no Paraguai contra Ronaldinho e Assis, além de outros empresários paraguaios e brasileiros, vem seguindo rumos inesperados nos últimos dias. Inicialmente, o caso era sobre uma “simples” falsificação de documentos de identidade para os irmãos. No entanto, a história começou a tomar outras direções desde sexta-feira à noite.

Quando tudo indicava que Ronaldinho poderia deixar o Paraguai de acordo com solicitação dos promotores que inicialmente estavam envolvidos no caso, a oposição de um juiz a libertá-los da investigação e a mudança de postura da Procuradoria Geral do Estado terminaram com a prisão de ambos.

Sandra Quiñónez, titular do Ministério Público, ordenou ao promotor Osmar Legal que se encarregasse do caso contra Ronaldinho. Ele é um jovem procurador da Unidade Especializada de Combate à Lavagem de Dinheiro. Apesar de sua “inexperiência”, ele já conseguiu realizar processos contra poderosos políticos paraguaios.

RONALDINHO PODERÁ PASSAR O SEU ANIVERSARIO PRESO

Ronaldinho Gaúcho pode passar seu aniversário de 40 anos na prisão em Assunção, no Paraguai. O craque, que irá comemorar mais um ano de vida no próximo dia 21 de março, teve a decisão de continuar detido preventivamente mantida pela juíza Clara Ruiz Díaz em audiência no último sábado. Dessa forma, o ex-jogador e seu irmão, Assis, podem ficar até seis meses como prisioneiros até o fim das investigações.

A autoridade paraguaia explicou as razões de mantê-lo detido no país. A prisão domiciliar foi negada.

– É um ato punível, pois atenta contra os interesses da República. Existe o perigo de escapar, pois eles não tem raízes no país. Eles entraram ilegalmente e permanecem ilegalmente aqui.

ENTENDA O CASO

Ronaldinho e Assis chegaram ao Paraguai na quarta-feira para realizar ações publicitárias de um livro, sendo recebidos com festa logo no aeroporto de Assunção. Eles apresentaram passaportes falsos logo no desembarque, que afirmavam que os dois eram paraguaios naturalizados, o que é mentira. Os policiais notaram a veracidade duvidosa dos documentos na hora, mas optaram por não realizar as prisões de imediato para não gerar um grande alvoroço no local.

Na madrugada de quarta-feira para quinta, uma equipe policial chegou no local onde os dois brasileiros estavam hospedados para realizar uma investigação, onde encontraram os dois passaportes falsificados. Tanto Ronaldinho como Roberto foram levados à uma delegacia para prestar depoimentos.

O Ministério Público culpou o empresário Wilmondes Sousa Lira, que teria sido acusado de confeccionar os documentos falsificados, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero por participarem do esquema. Todavia, Ronaldinho e Roberto Assis teriam sido enganados e, por colaborarem com detalhes ricos à investigação e admitirem culpa no caso, foram enquadrados no esquema de critério de oportunidade pela promotoria paraguaia, que os deixariam livres de qualquer processo judicial no país.

Ronaldinho Gaúcho teve seu passaporte apreendido no dia 2 de novembro de 2018 pela justiça brasileira por uma dívida por uma multa devido a dano ambiental por ter construído um trapichê em uma área de preservação sem permissão em Porto Alegre, no ano de 2015. Durante o processo, eles foram acusados de serem omissos durante o processo e rejeitado todas as intimações durante o caso.

O motivo do uso dos passaportes é desconhecido até o momento, já que por conta de um acordo entre os países da Mercosul, para entrar no Paraguai é necessário apresentar apenas um RG.FONTE: ESTADÃO-MSN