IDOSO EM LONDRINA SUSPEITO DE MATAR A PRÓPRIA ESPOSA PARENTES DIZEM FOI ELE

 

Um idoso de 82 anos foi preso nesta segunda-feira (16) por investigadores da Delegacia de Homicídios suspeito de matar a própria mulher, Eunides Dantas da Silva, 79. Ela foi encontrada perto do meio-dia morta no sofá de casa, na avenida Eurico Gaspar Dutra, no conjunto Cafezal, zona sul de Londrina. Ao lado do corpo, o Instituto de Criminalística apreendeu dois projéteis de arma de fogo, possivelmente de calibre 32, e um pano com manchas de sangue, o que levou o delegado de plantão, Edgard Soriani, a acreditar que o homem tenha tentado alterar a cena do crime.

Durante as buscas, policiais civis encontraram um revólver calibre 32 na gaveta do criado mudo do quarto do esposo da vítima. Conforme a DH, o armamento, que estava dentro de um saco embrulhado com plástico, também possuía manchas de sangue e cinco cartuchos deflagrados. O idoso, que não quis falar nada durante interrogatório na Central de Flagrantes por orientação de seu advogado, foi autuado por feminicídio e porte irregular de arma de fogo. Ele permanece preso no antigo 4º Distrito, na avenida Dez de Dezembro.

Para esclarecer o caso, Edgard Soriani ouviu familiares de Eunides. Em depoimento que consta no processo criminal obtido pelo Bonde, um dos filhos relatou que o relacionamento dos pais era turbulento. Quando questionado pelo delegado o que presencia diariamente na residência, já que morava com o casal, o rapaz disse que a mãe “era agredida verbalmente. Há dois anos atrás, ela era ameaçada por causa de um ciúme ridículo. Ela fazia caminhadas porque tinha problemas cardíacos, diabetes, pressão alta e ele sempre pegava no pé. Xingava de vagabunda, mas só não agredia fisicamente porque eu estava lá. Hoje saí pra trabalhar às sete horas da manhã, como faço todos os dias, e deixei os dois em casa”, comentou.

O jovem assegurou que não sabia da existência do revólver apreendido no quarto do pai. “Você acredita que ele possa ter matado a sua mãe?”, indagou Soriani. “Acredito”, disse sucintamente a testemunha. O delegado repetiu a mesma pergunta para outra filha do casal, que também foi ouvida. “Tudo indica que foi ele, que tinha muito ciúme dela. A gente ia caminhar e ele sempre ia xingando. Ninguém mexeu em nada, mas percebi que tinha marca de limpeza do sangue do lado do armário. Eu não sabia dessa arma. Se eu soubesse, teria tirado a minha mãe de lá”, completou.

Uma neta da vítima também foi perguntada por Edgard Soriani se acreditava que o avô tinha responsabilidade no crime. Sem pensar duas vezes, ela respondeu o questionamento com um rápido “sim”. “O que te leva a ter tanta certeza?”, quis saber o delegado. “A frieza dele. Ela não podia fazer uma caminhada porque ele era possessivo demais”, disse a garota.

Eunides Dantas da Silva será sepultada às 14h desta terça no cemitério Parque das Allamandas, na rua Joana Rodrigues Jondral, no Cilo II, zona oeste.

Rafael Machado – Grupo Folha