Especialistas alertam para a responsabilidade humana nos desastres climáticos

Especialistas alertam para a responsabilidade humana nos desastres climáticos

As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul causando destruição não é apenas ação da natureza. É resultado de uma série de fatores que tem um agente no centro da questão: o modo como o ser humano explora o planeta. Este foi o alerta dos especialistas participantes de um debate realizado nesta quarta-feira (22) na Assembleia Legislativa do Paraná. A audiência pública “Enfrentamento aos fenômenos climáticos extremos e prevenção de desastres ambientais em Curitiba” discutiu estratégias e ações para lidar com fenômenos climáticos como tempestades, enchentes e ondas de calor, além de discutir formas de prevenção de desastres ambientais em Curitiba.

O evento contou com a participação de especialistas, gestores públicos e parlamentares, além de representantes da Defesa Civil. A reunião foi proposta pelo deputado Ney Leprevost (União Brasil). De acordo o parlamentar, a audiência permitiu que técnicos e população contribuíssem com ideias e sugestões para a construção de soluções efetivas e duradouras para os desafios relacionados às mudanças climáticas e aos desastres ambientais.

Ele lembrou que as grandes cidades do mundo já estão se preocupando com muito mais ênfase com a questão ambiental. “A tendência, segundo os cientistas, é que daqui para frente, quando chover, chova muito mais. Quando fizer calor, os dias serão mais quentes; quando ventar, vai ventar mais forte. Isso traz novos desafios, novos problemas e a necessidade da apresentação de soluções inovadoras. Queremos ouvir especialistas e promover um diálogo com a população. A preocupação com o aquecimento global deve ser uma preocupação de todas as autoridades. Nós precisamos prevenir os desastres ambientais antes que eles aconteçam”, comentou.

Poder Público

As respostas do poder público sobre possíveis eventos climáticos extremos no Estado também foram debatidas durante o encontro. O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Everton Luiz da Costa Souza, destacou que o Paraná trabalha no apoio aos municípios na questão da macrodrenagem. “Os municípios são responsáveis pelas drenagens urbanas, mas temos de oferecer esse apoio do Estado para propor soluções, conduzindo as águas o mais rápido possível para que não haja o acúmulo, o alagamento e enchentes. Estamos preocupados em fazer a prevenção de modo a atender ao que se pode prever atualmente. Temos de tomar esse tipo de cuidado. Fazemos com que os investimentos sejam feitos dentro dos municípios para prevenir realmente esses eventos”, explicou.

O major Daniel Lorenzetto, chefe da Divisão de Gestão de Desastres da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná, explicou como o órgão se prepara para a ocorrência de desastres climáticos extremos. “A Defesa Civil atua nas questões de prevenção, mitigação e preparação através da gestão de risco. Também atua com resposta e recuperação na gestão de desastres. Além do nosso Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres, que faz o monitoramento e emite alertas para a população, trabalhamos com assessoramento nas questões de captar recursos de documentação para dar amparo legal. Estamos preparados para esses eventos. Todos os municípios do Estado possuem um plano de contingência ligado à Defesa Civil. Assim, atuamos na parte de preparação, em que são realizadas simulações em conjunto com as forças de segurança. Temos dado uma resposta eficiente”, encerrou.

Participação

Também participaram do evento o presidente do Instituto Água e Terra (IAT), José Luiz Scroccaro, o diretor de Programas e Projetos da Cohapar, Luís Antônia Werlang, o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), Daniel Pedro Lourenço, e o coordenador do Conselho Temático do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Sistema Fiep, Nilo Cini Júnior. FONTE ALEP-PR