Cheia de dívidas, tradicional autoescola fecha e deixa alunos na mão em Curitiba
Cheia de dívidas, tradicional autoescola fecha e deixa alunos na mão em Curitiba
Alunos, instrutores e ex-funcionários da Autoescola Franciny passam por um sufoco desde o dia 31 de maio, quando a escola fechou as portas e desocupou o imóvel de sua sede no Água Verde, em Curitiba, sem avisar ninguém. Na semana passada, desde quarta-feira (5), inúmeras reclamações de falta de pagamento de funcionários, de processos trabalhistas em andamento e de alunos que paralisaram o processo da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) se espalharam por grupos de aplicativos de mensagens.
Não teria havido nenhuma orientação da administração da Franciny sobre como esses assuntos serão tratados com o fechamento da sede. Até mesmo o Detran-PR foi acionado por quem se sentiu prejudicado. A sede de Araucária, na Região Metropolitana da capital, também não funciona mais.
Uma das instrutoras da autoescola, da sede que fechou, contou que um oficial de justiça determinou, naquela sexta-feira, a desocupação imediata do imóvel, que ficava na Avenida República Argentina, número 1215. Um cadeado teria sido passado por ele no portão e as fechaduras teriam sido todas trocadas pelo proprietário do imóvel. A sede era alugada. “Ninguém foi avisado de que isso poderia ocorrer. Não sabemos nem como ficará a situação de baixa em nossa carteira de trabalho. Depois daquele dia, já deixei recado com a secretária do advogado da escola, mas ninguém me retorna”, contou ela, que preferiu não ter seu nome revelado.
Ainda segundo a instrutora, funcionários e alunos ficaram sem saber o que fazer. “Ali, naquele local, fechou fechado, não reabre mais”, disse. A aluna Francielle Pereira dos Santos, 29 anos, que estava quase pronta para marcar os testes da primeira CNH, também tomou a notícia como um susto. “Fui marcar minhas últimas três aulas práticas, mas nem a recepcionista conseguia me dar informação. Se eu tenho que procurar outra escola, se eu peço transferência no Detran. A dona da autoescola não informa nada, ninguém sabe de nada. Estou de mãos atadas e com medo de perder todo o meu processo de habilitação”, reclama.
Francielle fez matricula no fim de 2018 e estava terminando as aulas aos poucos. “Soube pelos grupos de mensagens que, na semana passada, a autoescola aceitou novas alunas, que pagaram a matrícula e, agora, também estão sem saber o que fazem”, destacou.
Sem aviso
A principal reclamação sobre a Autoescola Franciny, nos grupos, é de que os administradores sabiam do que poderia ocorrer, mas mantiveram todos desinformados. A autoescola nega, afirmando, por meio de seu advogado, que o fechamento da sede se deu por desentendimento comercial com o proprietário do imóvel, de forma repentina. Por esse motivo é que não teria havido tempo hábil para comunicar alunos e funcionários. Mais ainda, que não há relação entre o fechamento e qualquer tipo de problema com o Detran-PR.(Fonte Escrito por Alex Silveira )