Brasil perde para a Argentina e sofre a primeira derrota em casa na história das Eliminatórias

Otamendi marcou o gol da vitória histórica da Argentina sobre o Brasil no Maracanã – Foto: Icon sport

Brasil perde para a Argentina e sofre a primeira derrota em casa na história das Eliminatórias

Gabriel Martinelli lamenta chance perdida do Brasil, que sofreu para a Argentina sua primeira derrota em casa na história das Eliminatórias – Foto: Icon sport

Seleção joga melhor, mas volta a tomar gol pelo alto, quebra tabu histórico e amarga sexto lugar nas Eliminatórias, que têm a Argentina como líder.

A noite foi longa no Maracanã. A começar por uma briga antes mesmo do apito inicial que atrasou o jogo, o Brasil x Argentina reservou uma quebra de tabu. O gol de Otamendi que deu o 1 a 0 para os argentinos marcou a primeira derrota em casa da Seleção na história das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Brasil x Argentina quase não começa, e primeiro tempo é ruim

Antes mesmo do apito inicial de Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias, uma enorme briga se formou no setor sul do Maracanã. Tudo começou com reclamações de visitantes por conta da superlotação no local, que não tinha divisões físicas entre brasileiros e argentinos. A confusão terminou em pancadaria, depredação e atraso do jogo.

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Quando a bola rolou, os ânimos, claros, estavam exaltados. As duas equipes trocavam faltas duras e o juiz chileno Piero Maza era incapaz de fazer seu trabalho, como costuma ser a arbitragem sul-americana. A partida tinha muitas interrupções e era muito truncada. Ao fim do primeiro tempo, tal e qual um professor de espanhol, ele havia distribuído três amarelos, só para brasileiros, claro. Foram 22 faltas.

A Argentina teve a primeira chance com Acuña, aos quatro, pela direita, mas a bola nem chegou ao gol de Alisson. O Brasil tampouco era perigoso e dava muitos espaços no meio-campo, mas melhorou a partir dos 25.

As melhores oportunidades foram da Seleção, com Rodrygo, cobrando falta com perigo aos 37, e Martinelli, seis minutos depois. O jogador do Arsenal pegou rebote de um escanteio e bateu forte no canto, mas Romero salvou os argentinos.

Brasil volta melhor do intervalo, mas Argentina abre o placar

A Seleção voltou do intervalo com apenas uma mudança na zaga: saiu o capitão Marquinhos e entrou Nino. A faixa foi para Alisson, e o Brasil melhorou no jogo. O time de Fernando Diniz quase abriu o placar logo no início do jogo, e logo com duas chances de atacantes que não fizeram boa partida.

Otamendi marcou o gol da vitória histórica da Argentina sobre o Brasil no Maracanã - Foto: Icon sport
Otamendi marcou o gol da vitória histórica da Argentina sobre o Brasil no Maracanã – Foto: Icon sport

Aos 9, Raphinha recebeu linda virada de Bruno Guimarães e passou por Acuña na área, mas ficou longe da bola para bater. Três minutos depois, Gabriel Jesus fez uma jogadaça pela esquerda e a bola sobrou para Martinelli, que chutou em cima de Dibu Martínez.

Quando a Seleção jogava melhor, entretanto, mostrou os mesmos problemas dos últimos jogos. Aos 19, Lo Celso bateu escanteio na área e Otamendi subiu nas costas de Gabriel Magalhães para abrir o placar para a Argentina.

Foi o sétimo gol sofrido pelo Brasil nas Eliminatórias, e o sexto pelo alto. Em nove partidas em 2023, com Ramon Menezes ou Fernando Diniz, o Brasil só não tomou gol do Peru. Até a Bolívia vazou a defesa brasileira. A noite marcou também a primeira vez que a Argentina ficou à frente da Seleção em um jogo de Eliminatórias no Brasil. Isso nunca havia acontecido.

Joelinton é expulso e deixa Seleção com um a menos

A Seleção sentiu o gol. E quando o time que foi melhor em grande parte do jogo esboçava uma reação, sofreu um balde de água fria. Aos 26, Fernando Diniz tirou Gabriel Magalhães e Raphinha, que não tiveram boas atuações, e colocou Joelinton e Endrick.

Assim como no Fluminense, André e Nino formavam a zaga com o Brasil atrás do placar. Já aos 32, Raphael Veiga e Douglas Luiz substituíram Bruno Guimarães e Martinelli para encorpar o meio-campo. O problema é que com apenas oito minutos em campo, Joelinton acabou expulso por acertar o rosto de De Paul em dividida.

A Seleção ficou com menos um, e o Maracanã escolheu seus culpados. Fernando Diniz foi chamado de burro, Joelinton era vaiado e a torcida chegou a ensaiar o grito de “time sem vergonha!” nas arquibancadas. Já nos acréscimos, os brasileiros gritavam “olé!” do setor norte durante posse de bola dos argentinos, com coro dos hermanos que estavam no estádio, mas foram ofuscados por vaias do setor sul.

Messi deixa o campo entre vaias e aplausos após atuação ruim pela Argentina

Lionel Messi apareceu pela primeira vez como protagonista do Brasil x Argentina no Maracanã antes da bola rolar. Capitão, foi ele quem fez os companheiros correrem até o setor sul para tentar interceder durante a confusão entre a torcida e a Polícia Militar.

Minutos depois, seria também o camisa 10 quem lideraria a saída de campo dos argentinos, revoltados com a briga. E ainda que não tenha sido ele o primeiro a voltar ao gramado quando os argentinos decidiram jogar, foi o mais lembrado pela torcida. Com xingamentos, claro.

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Ao ser substituído, Messi deixou o campo entre vaias e aplausos. Sua atuação foi apagada: pouco apareceu na criação, não finalizou e nem driblou. Marcado de perto por André e Bruno Guimarães, ele teve pouco espaço. Talvez também mexido pela confusão, esteve pouco inspirado. Pode ter sido a última vez que o Maracanã viu o camisa 10 da Argentina, e a despedida não foi boa.

Messi foi substituído no segundo tempo de Brasil x Argentina após atuação ruim - Foto: Icon sport
Messi foi substituído no segundo tempo de Brasil x Argentina após atuação ruim – Foto: Icon sport

Brasil sofre terceira derrota seguida e amarga 6º lugar nas Eliminatórias

A derrota para a Argentina no Maracanã foi a terceira seguida do Brasil nas Eliminatórias, o que também nunca havia acontecido. Com isso, a Seleção amarga o sexto lugar na tabela, com apenas sete pontos em seis jogos. Se não fossem as vagas a mais para a Copa do Mundo de 2026, que terá  48 seleções, a equipe estaria fora da zona de classificação na América do Sul.
FONTE : TRIVELLA