A obsessão acabou: Fluminense vence o Boca Juniors e é campeão da Libertadores

John Kennedy

A obsessão acabou: Fluminense vence o Boca Juniors e é campeão da Libertadores

A obsessão acabou. O Fluminense é campeão da Libertadores. Na prorrogação, a equipe comandada por Fernando Diniz venceu o Boca Juniors por 2 a 1, gols de Cano e John Kennedy, e conquistou a primeira taça continental de sua história. Advíncula diminuiu.

Em um jogo atrapalhado pela arbitragem e de muita carga emocional para os tricolores, venceu quem quis mais. Um novo dia raiou nas Laranjeiras. Chegou a hora.

Jogo começa truncado, mas Cano abre placar para o Fluminense

A final da Libertadores foi tão esperada que os momentos que o relógio parecia não passar nas horas antes do jogo. Fluminense e Boca Juniors entraram em campo juntos. Mas foi Fred, o grande ídolo da história do Tricolor, o primeiro a tocar na taça.

O Boca começou com a bola. O primeiro toque tricolor foi de Samuel Xavier. E o jogo permaneceu sem muita emoção em grande parte do primeiro tempo, muito por conta do ferrolho bostero e também pela milonga do árbitro Wilmar Roldán. Nada muito inovador para uma final de Copa.

A primeira chance do Flu foi com Cano, aos 12, escorando cruzamento de Ganso em bola parada. O Boca respondeu com Merentiel, no peito de Fábio, logo depois. Mas o que se via era um monólogo: o time comandado por Fernando Diniz, ao seu estilo, tinha quase 70% da posse, mas não conseguia espaço para finalizar.

A sorte do Fluminense é ter Germán Cano. Ele precisa de uma bola, apenas um toque. E que toque deu Keno, após tabela com Arias pelo lado direito, com os dois pontas na mesma extremidade do campo, um clássico do Dinizismo. O camisa 11 foi à linha de fundo e tocou para a marca do pênalti, onde estava Cano, pronto para finalizar de primeira, abrir o placar e marcar seu 13º gol em 12 jogos da Libertadores. O argentino mostra a cada dia com quantas letras L se faz um ídolo.

Germán Cano comemora o primeiro gol do Fluminense na final da Libertadores (Foto: Icon Sport)

Fluminense volta nervoso, e Roldán complica jogo

Se no primeiro tempo foi apenas enrolada, a arbitragem de Wilmar Roldán esteve mais para permissiva no segundo tempo. O árbitro não marcou faltas absurdas para o Fluminense, picotou o relógio e complicou a partida que, sendo justo com os dois times, não tinha nenhum clima bélico.

O Boca, atrás no placar, passou a bater. E Roldán nem falta marcava. Deu um cartão em Cavani, que não satisfeito em dar um pontapé em André, quis lhe mandar levantar. O amarelo pareceu só para constar na súmula que o colombiano estava de apito na mão. Depois, amarelou Keno, sem justificativa, para compensar. Um show de horrores.

Fluminense para de jogar, e Boca, mesmo mal, empata o jogo

Independente da péssima arbitragem, que atrapalhou o jogo, o Fluminense voltou mal do intervalo e a postura, claro, ajudou o Boca Juniors. Pior tecnicamente e sem criar nada, o time argentino distribuía pontapés para impedir ataques do Flu, com a conivência do árbitro. E esfriou o jogo.

Ansioso e desatento, o Fluminense nem parecia o mesmo time no segundo tempo. Cavava faltas que a arbitragem não marcaria. Ensaiava uma desnecessária cera. Nervoso, fez o Boca crescer. E o empate veio. Em jogada que parecia despretensiosa pela direita, aos 27, Advíncula carregou solto, cortou para dentro, aproveitou troca errada de marcação do exausto Marcelo e bateu certeiro no canto de Fábio para empatar o placar.

O primeiro chute do Flu no segundo tempo veio só aos 39 do segundo tempo, com John Kennedy, que ganhou dividida e bateu prensado para defesa de Romero. Mas até quando tentou, o time errou: a melhor jogada era um passe.

Advíncula foi o responsável pelo primeiro gol do Boca Juniors na final da Libertadores (Foto: Conmebol)

John Kennedy faz o gol do título e Fluminense é campeão da Libertadores

A prorrogação começou com o Fluminense melhor. John Kennedy, que demorou a sair do banco, mudou o ataque e fez o time ser mais perigoso. Em uma dessas jogadas, aos oito, Diogo Barbosa achou Keno, que amaciou para o camisa 9 fuzilar o gol de Romero e desempatar. Uma catarse no Maracanã.

Loucura tão grande que o atacante de 21 anos, que já tinha amarelo, correu o campo todo para comemorar com a torcida do Flu, no lado oposto. Pulou a placa de publicidade, subiu as escadas e… foi advertido com o segundo amarelo. Wilmar Roldán, claro, não ia deixar barato. Expulsão. Fluminense com menos um.

Mas não até o fim do interminável primeiro tempo da prorrogação. O último lance, já depois dos acréscimos determinados, virou confusão. Nela, reclamando de pênalti, Fabra acertou Nino com um golpe que parecia saído de um filme de artes marciais. Depois de muita demora, Wilmar Roldán expulsou o colombiano.

O segundo da prorrogação não foi menos emocionante. Com tudo o que tem direito na Copa Libertadores. Retranca, contra-ataque, pulmão, coração. 10 homens para cada lado e um sonho em jogo. Mas ninguém quis mais que o Fluminense. O título tão desejado veio. A obsessão acabou. O Fluminense é campeão da Libertadores.

fonte TRIVELLA