Briga pode ter levado delegado a matar esposa policial e enteada no Paraná
O delegado preso por suspeita de matar a esposa e a enteada, em Curitiba, ficou calado no depoimento à Polícia Civil. De acordo com a delegada Camila Cecconello, o silêncio de Erik Busetti é por orientação do advogado, Cláudio Dalledone. Mas que uma briga do casal pode ter levado ao crime. Ela classificou o caso como “uma grande tragédia, um cenário muito triste.”
Cecconello conta que foi o próprio delegado que acionou a polícia após matar a esposa Maritza Guimarães de Souza, 41 anos, e a filha dela Ana Carolina de Souza, 16, no fim da noite dessa quarta-feira (4/3). “Após efetuar os disparos, (ele) levou a filha (que dormia na hora do crime) para a vizinha e pediu para ela ligar para a Polícia Militar”, detalha.
Ainda segundo a delegada, pessoas próximas a Busetti disseram que o casal estava em processo de separação e as brigas eram constantes, inclusive momentos antes do crime. “Uma discussão perdurou o dia todo e culminou no duplo feminicídio. A princípio, são nove disparos entre a mulher e a enteada”, conta.
Cena do crime
Cecconello conta que o corpo da mãe estava em cima da filha, mas que ainda não era possível determinar se ela tentou proteger a jovem dos tiros. Maritza era policial civil, mas não estava armada na hora da morte. O inquérito deve ser concluído em 10 dias.
Ainda segundo a delegada, o homem está abalado. “Em um primeiro momento, na cena do crime, ele estava em choque. Depois, estava chorando”, conta. Como o advogado do delegado, Cláudio Dalledone, informou mais cedo ao Correio, Busetti é acusado de duplo feminicídio.
“Com certeza é uma grande tragédia que atinge a todos”, lamenta. O defensor também informou que ele será submetido a ajuda psicológica por não está bem. “Uma grande dor de perder a esposa, a enteada e a liberdade”, disse.
Histórico policial
Segundo o delegado e corregedor da Polícia Civil do Paraná, Marcelo Lemes, afirmou que o histórico do delegado é de disciplina e não consta punição. “É um crime que sensibilizou internamente à polícia, mas estamos num nível de maturação que a resposta à sociedade será dada com rigor porque o crime foi grave”, afirma Lemes.FONTE: PHILIPE SANTOS