Ratinho Junior nega reajuste salarial de 4,9% a servidores
“Eu sou o guardião do orçamento”
Como não poderia ser diferente, durante a visita a Londrina, nesta quinta-feira (20), o governador Ratinho Junior foi questionado sobre os indicativos de greve aprovados por várias categorias de servidores estaduais. Os funcionários públicos, como professores, profissionais de universidades e policiais civis, levantam a possibilidade de cruzar os braços já a partir da semana que vem. O governador destacou que a crise financeira não permite os reajustes solicitados e lembrou os problemas financeiros vivenciados por outras unidades da federação. “Não tem nenhum estado do Brasil dando reajuste porque o país está em crise, a arrecadação está caindo”, destacou.
Na avaliação de Ratinho Junior, o Paraná está na contramão de outros estados por conseguir pagar os salários em dia. “O Rio Grande do Sul, o Rio de Janeiro e Minas Gerais estão parcelando o pagamento dos servidores, não conseguindo pagar as aposentadorias e a minha função como governador é não deixar com que o Estado do Paraná vire esses estados”, classificou.
O governador disse que gostaria de conceder os reajustes e que pretende desenvolver um projeto para que uma correção salarial que satisfaça as categorias possa ser concedida “em alguns meses, até o ano que vem”. Ratinho Junior explicou que não tem uma resposta definitiva à questão até a próxima semana, mas que pretende conceder reajustes periféricos aos servidores, como a ampliação do vale-alimentação. De acordo com ele, a correção solicitada, em torno de 4,9%, não será concedida. Segundo o gestor, o percentual é “R$ 1 bilhão a mais que nós temos que dar. Não existe arrecadação de R$ 1 bilhão, o país está em crise.”
Cortes de gastos – Ratinho Junior justificou que o governo do Estado está cortando mordomias e que o Paraná não teria condições, simultaneamente, de dar continuidade a projetos e conceder o reajuste salarial.
Durante entrevista coletiva, Ratinho Junior lembrou as propostas de cortes de gastos apresentadas pela atual gestão. “Acabar com a aposentadoria de governador, entregar jatinho, vender chácara de governador, vamos vender ilha do governador. [Essa] é uma demonstração muito lógica e clara que o Paraná precisa ser repensado. Eu posso até pensar em dar o reajuste dos servidores, mas eu tenho que aumentar impostos. Aí, nós vamos falar com a população, se ela quer realmente dar reajuste para servidor. Então, essa é uma função complexa”.
Ratinho Junior considerou que a concessão do reajuste pode representar que o Paraná ultrapasse o limite prudencial de gastos, o que fere a lei de responsabilidade fiscal. “Se o Paraná passar, fica negativado. É mesma coisa que você não ter como pegar empréstimo em banco. O Paraná perde todos os convênios, as obras que nós queremos fazer para Londrina, não vamos conseguir fazer. É uma reflexão que nós temos que fazer. A minha função como governador é ser guardião do orçamento; é tomar conta. O que nós temos de ativo importante do governo estado, é ter credibilidade, ter as contas sadias”, considera.
Renata de Paula com informações de Rafael Ribeiro