Promotor do MP de Cornélio Procópio fala sobre uraiense baleado na área central de Cornélio Procópio durante abordagem policial

O Promotor de Justiça Francisco Ilídio Hernandes Lopes, titular da promotoria criminal de Cornélio Procópio, comunicou na manhã de quinta-feira (11), que foi indiciado criminalmente o soldado Thiago Santana da 1ª Companhia da Polícia Militar, acusado de ter disparado a sua arma de fogo contra a pessoa de Danilo Miguel 25 anos, morador de Uraí, fato este ocorrido na manhã do dia 11 de março de 2018 (quarta-feira), na Praça dos Ferroviários, na área central da cidade, que culminou na morte do rapaz dois dias depois.

Segundo o promotor, a princípio foram instalados dois inquéritos, o civil e o militar, sendo que o militar foi remetido para a Vara da Justiça da PM em Curitiba, tendo este retornado para a Cornélio Procópio, o qual foi acatado pelo Ministério Público, que entendeu que a abordagem feita pelo policial não tinha a vítima como esperar o disparo que o feriu.

Devido a isso, o MP denunciou o policial pela prática de homicídio qualificado, o qual deverá ser analisado pelo juiz responsável e se acatado, acusado deverá aguardar por julgamento popular na Justiça comum em liberdade, sendo este afastado dos trabalhos em rua, permanecendo em trabalho interno na PM, sem contato com o publico, com os envolvidos no caso, limitação de mudança de domicílio e comparecimento mensal em juízo, como solicitado pelo MP.

Foi pedido também que a Polícia Militar avaliar se o acusado tem condições técnicas sobre o porte e posse de sua arma de fogo, afirmou o Lopes.

Promotor de Justiça Francisco Ilídio Hernandes Lopes ainda salientou sobre o excelente trabalho de investigação realizado pela Polícia Civil, através do delegado Luciano Purcino e Polícia Militar, comandada pelo Capitão Dantas, onde não houve qualquer tipo de corporativismo ou proteção, havendo uma primorosa preocupação na coleta de dados, com alto no local do ocorrido, levantamento de informações junto a testemunhas e coleta de imagens.

Por outra lado, como defesa, o SD Thiago Santana, que tem extenso histórico positivo na corporação, inclusive retirando de circulação perigosos meliantes armados, apresentará os registros feitos no dia da abordagem que culminou no disparo contra Danilo Miguel, que informam que a equipe envolvida atendia uma situação de furto de celular ocorrido contra um senhor nos arredores da área central da cidade e buscando pelo acusado, os PMs se deparam com um suspeito com as mesma características repassadas pela vítima andando pela Praça dos Ferroviários.

Os registros relatam que ao descer da viatura para proceder à abordagem, por três vezes seguidas o policial pediu para que o suspeito levantasse as mãos, mas ele não acatou e veio em sua direção com as mãos na cintura.

Novamente foi solicitado que o indivíduo parasse e para evitar qualquer ataque, onde houvesse a possibilidade do indivíduo tentar pegar a arma do policial, este atirou, acertando a abdômen do rapaz, que foi socorrido e levado a Santa Casa pela equipe do SAMU.

No dia do fato foi divulgado que a vítima não possuía antecedentes criminais, porém há registros contra em boletins de ocorrência confeccionados pela Polícia Militar da cidade de Uraí, onde Danilo Miguel é citado em ocorrências de perturbação do sossego, descumprimento de medida protetiva e agressão.

Na delegacia da cidade ainda constam depoimentos da ex-companheira que relatam ameaças de morte para a pessoa com que ela pudesse se relacionar e um pedido que ele se afastasse dela, sendo este acatado pela Justiça do município e expedido contra Danilo Miguel.

Na Polícia Militar também há registros de graves ameaças feitas por familiares de Danilo Miguel contra o policial que foi denunciado pelo MP.

Cabe salientar que é um procedimento comum em abordagens a suspeitos feitas pela Polícia Militar, que segue um procedimento para a segurança de todos, que incluem pedir ao abordado que deixe suas mãos visíveis, fique calmo, não tente fugir e colabore com o Policial Militar, não faça nenhum movimento brusco, atender as ordens e se manter calmo.

É imprudente discutir com os policiais ou tocarem neles, muito menos fazer ameaças, proferir xingamentos ou tentar se evadir.

Lembrando que policial militar ao realizar uma abordagem sempre estará com a sua arma em punho (pronto para usá-la). É o procedimento correto para garantir a própria segurança e a de terceiros.

Há casos registrados onde policiais foram feridos em abordagens, em algumas situações com as próprias armas, tomadas pelos suspeitos. Vale citar que em Cornélio Procópio, o soldado da PM Rafael Cacciolari Arruda, na época com 24 anos, foi baleado na cabeça na tarde do dia 21 de dezembro de 2007, quando este teve sua arma tomada durante a prisão de um foragido da Justiça, de nome Valdir Batista da Silva, conhecido por furtos na cidade como “Bilinha”, vindo o policial a falecer dias depois quando internado na UTI em estado gravíssimo.

Neste caso, o que era uma abordagem de rotina, tornou-se uma tragédia que jamais será esquecida pela PM de Cornélio Procópio.

O cidadão tem o direito de saber a identificação do policial militar, se assim desejar, de ser revistado por PMs do mesmo sexo, desde que não ocasione prejuízo ao andamento da ocorrência (art. 249 do Código de Processo Penal) e acompanhar visualmente a revista realizada no seu veículo

Ao término da abordagem, saber o motivo pelo qual foi abordado,  e ser preso, apenas por ordem judicial ou flagrante delito e quando isto ocorrer, ao ser entregue na delegacia realizar contato com advogado e/ou alguém da família.

Estas são informações que valem a pena ter conhecimento para evitar aborrecimentos e ter consciência que a Polícia Militar trabalha para a segurança da comunidade.

Fonte: AnunciFÁCIL.